Não existe maior aventura, senão aquela que nos incita a explorar as profundezas de nosso próprio Ser.
Não existe maior coragem, senão aquela que nos leva a assumir nossos erros e medos.
Não existe maior sabedoria, senão no conhecimento de sabermos quem somos.
Só com persistência, fé e verdadeiro amor poderemos cultivar a capacidade de nos abstrair de tudo o que nos é externo, permitindo assim envolvermo-nos num constante silenciar interno.
S.A.

English version:

Bigger adventure does not exist, than the one that in stirs us up to explore the deepening of our purpose to be.
Bigger courage does not exist, than the one that takes us to assume our errors and fears.
Bigger wisdom does not exist, than in the knowledge to know who we are.
Only with persistence, faith and true love we will be able to cultivate the capacity of abstracting ourselves from everything there’s external, allowing us to involving in one constant internal silence.
S.A.

domingo, 8 de dezembro de 2013

PERMITINDO-SE A ERRAR

Nem tudo parece estar bem, mas se olharmos mais atentamente para o que nos rodeia, veremos que só a vontade de Deus se manifesta, e nunca para nosso mal, mas apenas para o alcance do nosso bem. Possamos compreender e assimilar essa compreensão de forma a que nos seja possibilitado o movimento através do impulso interior que unicamente nos poderá colocar no caminho que precisamos seguir com firmeza e convicção, e que embora para outros possamos parecer errar, em nosso coração sabemos ser o único caminho que podemos seguir naquele momento.
Pois mais do que sermos fiéis às expectativas que os outros criam a nosso respeito, nós temos de ser fiéis ao nosso sentir, não nos permitindo a ser manipulados pela vontade dos outros, nem pelo que nos cerca na invisibilidade e que muito nos pode influenciar se não estivermos atentos, sempre em alerta constante do que nos permitimos a pensar ou a sentir, pois nada entra na nossa faixa de vibração se nos dispusermos a servir e agir com rectidão e justiça para com todos sem nos esquecermos de nós próprios.
Se algo entra que não se coaduna com nossa forma de ser, então é porque o permitimos de alguma forma, e aqui só poderemos solucionar esta entrada de influência não convidada a entrar de forma expressa e consciente, expondo a verdade. E por mais que doa afirmá-la, esta é a única forma de remover o factor que permitiu a entrada não solicitada de energias que não ressoam com a nossa forma de ser. Apenas a verdade nos pode conduzir a bom porto, e enquanto a camuflamos, seja por medo do julgamento a que ficaremos sujeitos, porque este muito provavelmente será certo, seja por outro medo qualquer, deveríamos nos lembrar que todo o acto ou mero pensamento tem consequências, e ainda que seja praticado no silêncio ele não estará liberto de consequências, porque até o mais simples pensamento move energias, mesmo quando delas não tenhamos consciência.
Mas, deveríamos assentar nossos pés bem firmes no chão compreendendo e aceitando de que vivemos num mundo de dualidade no qual a ilusão sempre ilude o olhar menos desperto e atento, e todo o julgamento advém desse estado em que nos permitimos estar cercados do véu ilusório.
Todos e cada um de nós, tem o dever de ser responsável por tudo o que fala e por tudo o que empreende em acção, por tudo de que se permite envolver, e por todas as escolhas que decidir tomar. E cada um de nós deve assumir aceitar agarrar com ambas as mãos o seu próprio poder pessoal de responsabilização, não permitindo que outros o tomem por garantido, levando-nos a aceitar escolhas que não são nossas, levando-nos a assumir consequências que advieram apenas porque não fomos firmes o suficiente para aceitar assumir não ser nossa a escolha que o outro decidiu-se a tomar, como se não tivéssemos vontade própria ou poder de decisão para seguir o que achamos ser o correcto a ser feito num determinado momento. Sempre teremos alguém que tentará levar-nos a crer que o que tem de ser feito é aquilo que nos dizem ser necessário, fazendo-nos acreditar que se seguirmos o nosso sentir iremos errar, mas isso é apenas hipocrisia disfarçada de boas intenções, que na verdade se camufla para ser vista a bons olhos, e que não pode ser apelidada de outra forma senão de manipulação. Sim, é verdade que podemos estar errados, afinal o véu ilusório se sobrepõe sobre todos os que por aqui caminhamos, mas, mais errado será não assumir nossa escolha e próprio querer.
Tal atitude só demonstra que não nos levamos a sério nem nos respeitamos o suficiente, e para que respeitem nossa escolha, necessário será que aprendamos a aceitar respeitar nossas próprias escolhas sem medo de melindrar o outro quando não abrimos mão de seguir um rumo por nosso próprio sentir. Porque podemos ouvir o outro e aceitar suas escolhas, compreendendo que elas são feitas a partir do estado evolutivo em que se encontra, sendo que isso não faz delas escolhas certas ou erradas, mas apenas escolhas, e o nosso dever é unicamente respeitar que o livre arbítrio nos dá esse poder de escolha, e seja certa ou errada aos olhos de quem quer que seja, a obrigação que todos detemos uns para com os outros é aceitar respeitar a escolha do outro. Sabemos que sempre foi mais fácil ver a trave no olho do outro, do que ver o argueiro em nosso próprio olho, e errar todos erramos, mas sempre é mais fácil apontar o erro alheio do que nosso próprio erro.
Poder-se-ia dizer que quem ama respeita, mas até a definição que cada um de nós faz do amor está condicionada pelo véu ilusório que nos cerca. E muitas vezes sem determos consciência do que fazemos, impomos aos outros uma obrigação por os amarmos. Porque em determinado momento decidimos dar a mão a um familiar ou amigo sem renunciar à espera de obter algo em troca, como se eles tivessem contraído uma divida que mais cedo ou mais tarde terão de nos pagar, e no momento oportuno não nos coibimos de achar que o outro detêm o dever, ainda que isso implique renunciarem ao seu sentir para responderem ao nosso. Será isso mesmo o que significa amar em verdade? Ou será meramente uma forma camuflada de impedirmos os outros de seguirem o seu chamado interior colocando em acção nosso egoísmo?
Todos deveríamos reflectir e bem sobre as razões que nos impulsionam a agir. Tentando perceber se o comando vem da mente ou advém do coração. Porque muitas vezes acabamos por estar onde não queremos estar ou sentimos que não deveríamos de estar, pela razão de que nos deixamos influenciar mais pela mente do que pelo coração, que nos faz acreditar na existência da obrigação e do dever. E quantas vezes a mente nos mente fazendo-nos crer que o fazemos pela vontade do coração...?
Seguir o caminho da verdade, implica ouvirmos a verdade do nosso coração, não importa onde ela nos leve, importa sim nela confiarmos o suficiente para nela depositarmos a nossa confiança.
Quantas vezes o nosso caminho sofreu atraso ou desvios consideráveis porque ao invés de seguirmos o caminho do coração seguimos o caminho da obrigação e do dever?
Ambos os caminhos são distintos. No caminho do coração sempre nos entregamos sem hesitação, apenas respondendo ao chamado interior, enquanto que no caminho da obrigação e do dever, ainda que detenhamos a capacidade de nele colocar o nosso coração, a dado momento será sentido que o que fazemos de bem aos outros implica de alguma forma em prejuízo para nós. E quantas vezes, não se reflecte igualmente em prejuízo para o outro?

Seguir o caminho do coração implica ir além do coração e de tudo a que se resume o sistema de crenças deste mundo no qual fomos obrigados a aceitar acreditar e que nos condiciona sobremaneira em nosso dia a dia e em nossas escolhas e empreendimentos. E apenas quando capacitados a romper com esse sistema de crenças poderemos então verdadeiramente seguir o caminho do coração.

15/09/2013

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