Esta época de Natal trouxe-nos um tempo propicio para limpeza de emoções. De liberar cargas e aliviar o peso da bagagem. Tornar esta mais leve para a jornada que se avizinha e prosseguir com o menor número de amarras possíveis. Tempo de reflexão e discernimento. De perceber onde estamos indo ou a impedir-nos de ir. De perceber o que estamos a permitir deixar entrar ou a bloquear de entrar. O que estamos a deixar sair ou a impedir de sair...
Tudo o que permanecer que não mais faça falta, irá voltar a ter uma oportunidade de ser liberado. Assim, como tudo o que não nos permitimos ainda a aceitar poderá ou não voltar a ter uma oportunidade de ser aceite... tudo dependerá da forma com que escolhemos agir ou reagir face a uma situação, das razões e das energias com que realmente estamos a permitir de impregnar-nos.
Liberar emoções não é tarefa agradável, porque implica permitirmo-nos a entrar em contacto com tudo o que existe dentro de nosso âmago, e poucos serão os que estarão predispostos a embarcar nessa viagem, mantendo o olho da visão interior longe das influências dessas mesmas emoções que necessitam ser liberadas e, que os tentarão manter agarrados à ilusão. Será necessário um certo afastamento a tudo o que é mundano numa predisposição a interiorizar-se em desapego total.
A fase da liberalização, facilita um envolvimento estreito com momentos em que a nossa visão ficará um pouco toldada pela névoa imposta pela tremenda força das emoções que estando enraizadas, começam a aflorar à superfície do Ser. Tal, faz-se necessário para que possam ser liberadas. Mas, teremos que nos manter atentos à ligação com o nosso Ser interno, para conseguirmos manter um certo distanciamento em relação a essas emoções e, não nos deixarmos arrastar por elas, e sem sermos arrastados possamos então, deter a necessária capacitação para ver até que ponto é que estamos a permitir que o processo ocorra sem impormos bloqueios ao natural fluir orquestrado pela Alma.
Passar por este processo em conjunto com outros pode ajudar em muito a acelerar o processo. Mas, que os envolvidos possam estar bem cientes de que nunca será apenas um a passar pelo processo, porque igualmente o outro será confrontado a fazer o mesmo... e se acaso não estiver ciente que ao estar de alguma forma envolvido com alguém que passa por um processo de limpeza interior essas energias que nesse se encontram a trabalhar irão igualmente abraça-lo e tocá-lo intimamente, fazendo-o confrontar-se com as emoções e medos que em si também se abrigam, e não estando preparado para este encontro intimo consigo próprio, decerto sentir-se-á impelido a esconder-se de si mesmo, acreditando estar perante uma imposição advinda do outro. Isto sempre acontecerá. Nunca estamos tão preparados quanto pensamos estar. O que poderá ser de certo modo impedido de acontecer, é que se estiverem preparados para enfrentar os seus próprios demónios sem cair no erro de acreditar ser o outro que os obriga a confrontarem-se com eles, poderão prosseguir conjuntamente num caminho de progressão simultânea. Ao contrário, se deixarem-se cair nesse erro, permitirão que seus caminhos se separem perdendo uma chance única, cujas hipóteses de se repetir poderá revelar-se remota nesta vida.
Poucos serão aqueles que possuem a capacidade de em simultâneo poder sentir e ouvir a Alma um do outro, trazendo com esta capacidade a oportunidade de uma progressão autêntica. Pois não somente serão os mais capacitados a acordar as emoções, medos e demónios existentes um no outro, como a incentivar-se mutuamente a chegar mais longe, trabalhando numa ajuda conjunta na liberação desses conflitos limitantes que impossibilitam a Alma de deter uma ligação mais estreita com o Ser.
Como deter noção do que realmente ocorre? Questionando-se a si mesmo: Estarei Eu somente disposto a declarar a minha verdade como única e legítima. Ou, estarei disposto a dar-me a oportunidade de abrir-me o suficiente para deixar que outros possam mostrar-me o caminho?
Saibam que a condição limitadora de ser-se um Ser Humano sempre os fará fugir correndo mais depressa para longe daqueles que vos mostram o caminho que mais precisam confrontar... Assim sempre foi!
Nos ditos espiritualistas, pessoas que adentram no caminho espiritual com o intuito de se ligarem ao divino, sobressaem dois grupos. Os que indo contra a vontade do seu eu personalidade respondem à vontade da sua Alma. E os que ido contra a vontade da sua Alma respondem à vontade do seu eu personalidade.
Entre estes, poderemos questionar: Qual deles se encontra mais perto de encontrar o caminho da verdade?
E voltemos à questão anterior... Estaremos nós somente dispostos a declarar a nossa verdade como única e legitima sabendo que esta pode ser limitadora? Ou estaremos dispostos a aceitar que o outro pode melhor nos mostrar a nossa verdade, assim como nós poderemos melhor mostrar a verdade dele...?
Aceitem de que os relacionamentos humanos são a forma mais importante de dar e de receber, de ensinar e de aprender, de amar e de ser amado, mas, apenas quando dispostos a aceitar que assim seja. Dispostos a dar de vós e a receber dos outros sendo uma estrada de duas vias afins.
O fim é único e semelhante para todos, apenas o que irão encontrar pelo percurso e o tempo que levarão a percorre-lo apresentará diferenças. E no percurso, sempre encontrarão aquilo de que mais necessitam.
Não é a Alma que precisa ser moldada. Esta, sempre esteve e sempre estará ligada à fonte suprema. È o Eu personalidade que precisa ser trabalhado até que finalmente possa aceder ligar-se à Alma e esta possa então, elevá-lo a novas esferas do Ser. Mas, não se esqueçam que a ocorrência a uma ligação mais estreita à Alma sempre implica um compromisso autêntico que deve ser honrado. O chamado matrimónio do Ser com a Alma.
Olhem para o caminho percorrido até aqui... Olhem o que existe ao vosso redor... Olhem para o tipo de compromissos que já fizeram ao longo da vossa vida... Existe algo ou alguém com quem possuam algum tipo de compromisso que possa implicar na capacitação da abdicação do vosso próprio sentir ou espaço?
Revejam e reflictam, sabendo de que o actual estado da vossa vida reflecte sem dúvida alguma a capacidade que possuem para honrar um compromisso que vos garanto, só pode ser evidenciado por aqueles capazes de desapegar-se e abdicar do seu Eu Personalidade, pois esta será a única forma da vossa Divindade poder assumir-se totalmente presente.
Até que ponto estão dispostos e capacitados a comprometer-se e a permitir liberar essas emoções, medos e demónios que não mais precisam viver em vós?
English version:
This Christmas season brought us a propitious time for cleaning the emotions. Releasing loads and relieving the weight of the luggage. Make this lighter for the journey ahead and proceed with the least possible number of attachments. Time for reflection and discernment. To understand where we are going or we are preventing us from going. To understand what we are allowing to enter or preventing from let. What we are allowing releasing or preventing from being released...
All that remain that no more be needed, will again have an opportunity to be released. As well, as everything that we do not yet allowed to accept will or will not again have a chance to be accepted... everything will depend on the way we choose to act or react to a situation, the reasons and the energies that we are actually allowing us to impregnate with.
The releasing of emotions is not pleasant task, because it will allow ourselves to come into contact with everything that exists within our core, and few are those who are predisposed to embark on this journey, keeping the eye of inner vision away from the influences of these same emotions that need to be released and that will attempt to keep you tied to the illusion. You will need a certain distance to all that is mundane in a predisposition to come inwards of yourself on total detachment.
The phase of liberalization of emotions facilitates a close involvement with moments in which our vision surely stays slightly obscured by the mist imposed by the tremendous strength of emotions that being rooted begin to rise to the surface of Being. Such, it is necessary for being released. We will have to be alert to the connection with our inner being to succeed in keeping a certain distance in relation to these emotions and not let ourselves be carried away by them, and without being dragged can we then see to what extent are we allowing the process to occur without imposing blockages to the natural flow orchestrated by the Soul.
Going through this process together with others can greatly help to speeding up the process. But, that those involved might be well aware that it will never be only one going through this process, because the other also will be put to faced to do the same... And if by chance are not aware that when somehow involved with someone who goes through a process of inner cleansing these cleaning energies that are working, will also hugging him and touch him intimately, causing him to confront the emotions and fears that in itself are being sheltered, and when not prepared for this intimate encounter with all these hidden emotions, certainly will feel compelled to hide himself, believing to be receiving a charge of complains arising from the other, when they are mostly arising from us. This always happens. We are never so prepared as we think. What can be somewhat prevented from happening, is that if you are enough prepared to face your own demons without falling into the mistake of believing to be the other forcing you to confront with them, will be able to proceed, keeping together along a path of progression simultaneous. On the contrary, if letting yourselves fall into that error, will allow that your paths splits, losing a unique chance, whose chances of repeating may be remote on this present life.
Few will be those who have the ability to simultaneously be able to feel and hear the soul of each other, bringing with this capability the opportunity for a genuine progression. For not only will be better able to awaken the emotions, fears and demons existing in each other, as well as to encourage each other to go further, working together helps to release these limiting conflicts that prevent soul of having a closer link with the Being.
How to have notion of what really happens? By asking yourselves: Am I declaring my truth as sole and legitimate? Or, will I be willing to give myself a chance to be open enough to let that others can show me the way?
Know that the limiting condition of being a human being, always will make you run away quickly to far from those who show you the way that you are most in needed to confront... Always have been like that!
Among the spiritual people who enter the spiritual path in order to connect to the divine, two groups stand out. Those that going against the will of his personality, will respond to their Soul. And those that goin against the wishes of their soul, will respond to the will of their personality. Among these, we ask: Which one is closer to find the path of truth?
And let us return to the previous question... Are we willing to declare our truth as the only and legitimate knowing that this can be limiting? Or are we willing to accept that the other can best show us our truth, as better we can also show to the other his truth...?
Accept that the human relationships are the most important way to learn and teach, to see and show, to be loved and love, but only when you are willing and give to you the chance to be like this. Willing to give from yourself and receiving from the other, being a related two-way street
The end is unique and similar for all, only what will be find along the route and the time that will be need for cross it will have differences. And along the way you will always find what need most.
It is not the Soul that needs to be shaped. The Soul, has always been and always will be linked to the ultimate source. It is the personality that needs to be worked until it finally can totally accept connect to the Soul, and this can then raise you up into new realms of Being. But do not forget that the occurrence of a closer link with the Soul always implies a genuine commitment that must be honored. We can call it as the marriage of the Being with the Soul.
Look at the path taken so far... Look at what is around you... Look at the kind of commitments you have made throughout your life... There is something or someone with whom you have some kind of compromise that may involve any kind of capability to abdicate of your own feelings or space?
Review and reflect, knowing that the current state of your life clearly reflects the ability that you have of honor a commitment that I assure you, it can only be evidenced by those able to let go the “I” to abdicate of his personality, because this will be the only form of your Deity be able to become totally present.
To what extent are you willing and capable to engage yourself and to allowing to release those emotions, fears and demons that no longer are needed of live in you?
