Cada um de nós faz suas escolhas em conformidade com o grau de consciência adquirido. Por vezes acreditando que nosso nível de consciência é superior ao que na realidade nos permitimos a alcançar com as nossas vivências de vida, reflexões e meditações. Se não temermos a olhar os outros como barómetro para medirmos nosso nível de consciência, saberemos que o que vemos neles, criticamos e julgamos serve-nos de reflexo. Poderemos nós aceitar isso? Ou iremos ter-nos em alta conta, negando-nos à humildade e rendendo-nos à arrogância, à presunção de acharmos estar na vanguarda do que à consciência diz respeito?
Basta olharmos ou sentir o estado em que nosso corpo se encontra, e saberemos o quanto estamos afastados da essência do espirito que em nosso corpo habita. Quanto mais forem as dores que nos afligem o corpo, maior será a distância a que nos impusemos estar de nossa verdadeira essência. E o estado de nosso corpo sempre nos demonstra o quanto nos afastamos do caminho que nos leva ao verdadeiro estado de consciência, que é pleno de escolhas ditadas pela sabedoria de Ser e viver em uníssono com a energia do Universo que nos rodeia. Ainda assim, vendo o que vemos, e sentindo o que sentimos, iremos nós continuar a crer que somos detentores de plena consciência?
Tolo é o homem que vive crendo que o mundo é somente aquilo que a luz de sua lamparina o deixa unicamente ver, acreditando nada mais existir para além do espaço que sua lamparina ilumina. Enquanto o homem sábio é aquele que mesmo sem ver, crê existir um mundo vivo muito para além do que a sua visão consegue alcançar. Somos o que somos. O que nos impomos a ser a cada momento. Porque cego não é quem não consegue ver, cego é quem se recusa a ver existir muito mais para além do que sua visão consegue alcançar. E sua visão sempre estará ligada ao estado de consciência em que se permite viver. Quanto mais limitado for seu estado de consciência maior será a cegueira em que se permite viver. Mas se em si cultiva a humildade do ser e do saber, não estará limitado e poderá imbuir-se de estados de consciência que o permitirão obter um maior alcance de visão e compreensão.
O Universo sempre nos apoia e orienta se soubermos render-nos à humildade do que somos, usando tudo e todos ao nosso redor para comunicar connosco. Estaremos nós nessa sintonia e aptos a ouvir e a receber as mensagens que o universo nos quer transmitir?
Sou aquilo que escolho ser a cada momento. E sabendo-o não me devo julgar nem criticar, mas simplesmente aceitar de que tudo o que pertence e merece estar presente no meu caminho o estará. Nada o poderá desviar ou impedir de vir a mim. Somente terei de crer que assim é, ainda que tudo ao meu redor possa evidenciar o contrário, estará na sintonia do que preciso aprender. Saber receber de braços abertos o que veio para ficar. E saber permitir a deixar ir o que não veio para ficar, com gratidão pelo que trouxe ou veio mostrar. Porque o que veio para ficar, vai querer ficar, enquanto o que não veio para ficar, irá certamente a dado momento, querer partir ou demonstrar ser inadequado. E sendo-o, devemos perceber que aqui a licção se resume a aprender a dizer NÃO ao que não nos serve. E seja para deter, largar ou recusar, tudo é aprendizado.
Sempre temos opção de escolha, e a escolha que fazemos nada mais será do que aquilo que conseguimos aceitar viver a cada momento, sendo-o reflexo da consciência que detemos.
Estaremos atentos ao que se passa no nosso interior, tanto quanto estamos ao que se passa ao nosso redor, vindo do exterior?
Quando caminhamos sozinhos e algo que ouvimos alguém dizer nos leva ao pensamento critico e a fazer julgamentos, demonstra-nos claramente que estamos num estado de consciência limitado. Porque quando sabemos que o Universo sempre nos fala, devíamos de caminhar atentos ao que nos faz refletir e não somente ao que nos faz pensar e torna-nos reativos e críticos. Pensar e refletir ditam dois estados de consciência muito diferentes. O pensamento é-o tantas vezes irrefletido, sem contenda, e a correnteza arrasta-te num torpedo emocional, no qual não tens como te separar, sendo simplesmente arrastado na corrente. Enquanto a reflexão, é contida e focada. A reflexão leva-te não somente a sentir as tuas emoções, mas a ver o que está por detrás da emoção, sem correntes, apenas sendo transportado por águas calmas que deixam-te ver e compreender o que antes, quando arrastado pela corrente, não tinhas como ver com claridade. Somente uma mente que já alcançou um estado de equilíbrio consegue deter e permanecer num estado de apaziguamento, ainda que vendo e sentido emoções que antes formavam uma correnteza da qual lhe era impossível escapar sem ser arrastado. Mas nada é permanente ou imutável, e todos vivemos momentos que nos fazem esquecer o que já foi alcançado. Mas aqui, não podemos esquecer que não nos devemos permitir a cair no julgamento ou na crítica, mas a saber perdoar-nos e a aceitar que sempre existirão correntes que teimarão em persistir no nosso caminho, cabe-nos a nós tornar o nosso aprendizado mais interiorizado de modo a fortalecer-nos, para não sermos continuamente arrastados por essas correntes.
Hoje, enquanto caminhava à beira da praia, pensando e refletindo num sonho que havia tido há duas semanas atrás e compreendendo que a mensagem transmitida, embora não tivesse sucedido como mostrado, em essência do que significava, se concretizou. Pensando em como quando o contei à pessoa que estava comigo no sonho, esta o negligenciou dizendo que nada tinha a ver consigo, negando e recusando ver que o sonho apenas alertou para a presença de energias actuantes em eminencia, e que ao serem negadas e negligenciadas actuaram sem impedimentos. Ao compreender ter sucedido o que foi mostrado no sonho, vi o que meus pensamentos me faziam sentir nesse preciso momento de compreensão, conseguindo manter o estado de atenção no que era importante reter.
Jamais devemos negligenciar uma mensagem quando esta nos é dada. E devemos ter noção que muitas vezes não conseguimos compreender inteiramente a mensagem que nos foi passada, podendo esta conter muita mais informação do que aquela que conseguimos reter no momento que a recebemos. Por essa razão devemos explorar todas as possibilidades existentes de mente receptiva e liberta de ideias preconcebidas e de certezas. Sem nunca esquecer que certos erros incorrem na perda de nosso tempo e energia que poderíamos aplicar de forma bem mais proveitosa e produtiva, se invés de persistir no erro, nossa escolha ponderasse assertivamente no que nos faz bem à Alma.
O universo comunica connosco em tantas formas quanto as que lhe proporcionamos, não apenas pelos sonhos, mas igualmente por tudo o que estiver ao seu alcance. De animais a pessoas. De números a situações… Cabe-nos estar atentos. Permitindo-nos a ver e a ouvir. Sabendo isso, pude ouvir o universo falar-me quando passando por diversas pessoas e algumas das palavras que as ouvi dizer, entoaram mais alto. De três conversas distintas três palavras ressoaram, e fui levada a refletir no seu significado para mim, e o que precisava compreender naquele preciso momento. Sendo as palavras retidas: “foco”; “pensamento” e “aprendizagem”.
Foco: Manter o foco somente naquilo que é realmente importante. No que foi vivido sendo sentido que acrescenta e é positivo para vivermos uma vida plena e em felicidade.
Pensamento: Não deixar-me ser arrastada pelos pensamentos, que nada acrescentam de positivo e apenas me arrastam numa correnteza emocional que me afastará do meu equilibrio e da minha essência real.
Aprendizagem: Compreender que tudo serve de aprendizagem e ainda que creiamos não precisar de algo, se veio a nós, é porque a nossa vibração energética assim o permitiu. Nada vem a nós que não esteja dentro da faixa vibratória do que precisamos aprender ou no que estamos a sintonizar-nos naquele momento.
Mas algo mais foi-me dado pelo universo, não uma mas duas vezes. Vi-o na primeira vez mas não estava atenta, e deixei que a mensagem se dissipasse. Mas como o Universo nunca descansa, foi-me trazida novamente a mensagem na forma de uma Joaninha.
Compreendendo que tudo tem um significado e uma razão de ser, e que todo o ser existente é uma simbologia de um arquétipo que num dado momento pode ser necessário compreender, não só como forma de instrução, mas igualmente do que possa estar a actuar no nosso insconsciente, fazendo-se necessário tornar consciente. E aqui, negar ou negligenciar o que é chamado à minha atenção, não é uma opção. Desse modo, fiz uma pesquisa sobre o significado espiritual e xamânico do que a joaninha representa como animal do poder, e o que encontrei foi de encontro à energia que havia sentido quando a joaninha se fez presente.
Ser consciente é não permitir-se a ser levado a crer saber e compreender mais do que se sabe e compreende, mas deter compreensão de que cada um deve-se aceitar tal como é, sem cair em competição por detenção de títulos de que só os que vivem em inconsciência, se vangloriam de deter.
As escolhas que fazemos a cada momento, no que dizemos, no que fazemos, como escolhemos reagir a uma dada situação, dizem e muito sobre o nosso estado de consciência. Tal como, a forma como decidimos proceder ao perceber o que fizemos, dissemos ou fomos levados a reagir, ou a escolher ditam o estado de consciência que estamos aptos a atingir. Quando erramos temos que ter a capacidade de corrigir o erro, porque é essa mesma capacidade e vontade de corrigir os nossos erros, que nos pode levar a ir além de onde estávamos no momento em que incorremos no erro.E pode suceder que corrigir um erro possa requerer prosseguir caminho cortando radicalmente com o que não faz qualquer sentido manter. Porque muitas vezes vemos a verdade mas negamos a nós próprios ver a verdade, persistindo em situações que não nos enriquecem, apenas nos esvaziam, e aqui a aprendizagem passa por aprender a reconhecer o nosso valor, a dar-nos mérito e a negar tudo o que não esteja em consonância energética com o que sabemos ser. Cortar com tudo o que prende ao passado, para que possamos caminhar num caminho que nos possa levar a um futuro para o qual a Alma nos conduz. Mas claro está, isso sucederá apenas depois das licções aprendidas, nunca antes.
Nossas escolhas sempre são uma expressão de nosso estado de consciência no preciso momento em que as fazemos, e às quais precisamos manter-nos atentos com consciência plena do que nos levou ou leva a incorrer nas escolhas de cada momento.
11/07/2021
