Tenho tido experiências que têm-me levado a ponderar sobre a influência da sombra, ou trevas, sobre nós. E tenho vindo a ser confrontada com a verdadeira razão com que fomos rodeados de crenças relacionadas com os seres dessa natureza até aos dias de hoje, sentindo algumas dúvidas quanto a se devemos tê-las em conta ou se simplesmente devemos descartar-nos por completo delas. E asseguro-vos de que existe muito sobre que ponderar e reflectir nesta matéria.
Até hoje temos vivido subjugados às leis da dualidade, e agora está explicito que essa dualidade é uma das ilusões que mais nos têm amarrado e impedido de acedermos ao conhecimento de quem somos...
Vou utilizar uma alegoria da qual já fiz uso diversas vezes para melhor compreensão:
Uma moeda para ser completa têm de possuir as duas faces gravadas, nenhuma das faces pode ser removida, caso contrário a moeda deixará de servir ao seu propósito perdendo o seu valor. E caso isto suceda, nem deterá metade do valor que possuiria se completa. Simplesmente não terá qualquer aproveitamento válido.
Na dualidade, luz e sombra são as duas faces distintas da mesma moeda, assim sendo, como poderemos descartar-nos da sombra e acreditar que deteremos total acesso à verdade de quem somos...?
Sei que esta observação levantará muita consternação e até polémica, mas... devíamos reflectir bem sobre isto sendo detentores de real consciência.
Não digo com isto que devemos servir a sombra! Por favor não façam má interpretação das minhas palavras, digo sim, aceitá-la como parte do propósito maior.
Lembremo-nos da frase: “Há males que vêm por bem!” Recordemo-nos de que os antigos detinham acesso a grande sabedoria, e tendo isto em consideração, tentemos reflectir com toda a profundidade de que formos capazes no seu significado.
Aprendi com as experiências vividas que um mal sempre serve o propósito de revelar um bem, ainda que muitos de nós não detenham essa valiosa capacidade para identificar esse bem que se revela quase que oculto por detrás de um mal, e muito menos para a de o compreender, já que jamais poderemos alcançar a compreensão daquilo que somos incapazes de distinguir.
Sem sombra como poderíamos contemplar a luz?
Sem a existência das acções erradas como saberíamos identificar as acções correctas?
Se tudo é Um e nós devemos regressar a essa unidade, não será que sombra e luz estão compreendidas nessa unidade do Um?
Eu tenho-me recusado terminantemente a receber comunicações de seres da sombra, mas respeito-os como seres com direito a expressar a sua existência, porquanto compreendo que as suas acções a mim não me dizem respeito, como tal, são de sua única e exclusiva responsabilidade. Quando no ano passado seres das trevas tentaram dominar-me e controlar as minhas acções, eu neguei-lhes esse controlo, assumindo que escolhia percorrer o único caminho capaz de levar-me até Deus. E este é o caminho do Amor. Mas, durante algum tempo fui atormentada por essa presença que me sugava a força vital. A qual tentei combater da forma mais errada possível, ou seja, com julgamento e repugnância.
Agora, questiono: Desde quando o Amor faz julgamento?
Desde quando o Amor sente repugnância pelo que quer que seja?
Amar não será compreender e aceitar a coexistência dos opostos?
Assim como: Amar não significa que adoptarás atitudes com as quais não te coadunas, mas somente que aceitarás que o outro enverede pelo caminho que escolheu percorrer, sabendo que a determinada altura a verdade do caminho ser-lhe-á revelada, se ele a ela quiser aceder.
Por o amares não quer dizer que tenhas de o seguir cegamente. Somente que o respeitas e aceitas pelo que ele decide ser a cada momento.
Cheguei a muito custo a uma conclusão, e quase sinto repulsa por dela ir dar testemunho, mas quando se vive uma vida inteira, e já vivemos tantas outras cingidos a determinadas crenças, é necessário deter uma grande abertura para aceitar algo deste género, e a este respeito um longo caminho ainda me espera...
A sombra serve tanto ou mais a Deus, quanto a luz!
Foi motivados pela acção da sombra em suas vidas que muitos que hoje se designam como trabalhadores da Luz, acabaram por voltar-se para Deus e assumir o seu caminho na Luz e no Amor.
Assim foi comigo, e assim terá sido e será com muitos de vós que lêem estas linhas. Não importa que refutem essa hipótese e até digam para vós próprios que jamais permitiriam que a sombra os servisse. Porque acreditem naquilo que quiserem acreditar, ou aceitem aquilo que decidirem aceitar, a verdade é que a sombra serve um grande bem. E ela ao mostrar-nos a sua face presta-nos um dos maiores serviços que poderemos algum dia imaginar. Ela serve à Luz, ao permitir que alguns daqueles que com ela já caminharam, ou a ela ficaram expostos, ainda que possam não deter esse conhecimento consciente, optassem por um caminho diferente, o da Luz.
Não temos que ser seguidores da sombra e optar por acções que causem o infortúnio de nossos irmãos e outros seres, se essa opção não se conciliar com a nossa natureza intrínseca. Temos sim, que saber quem somos. Conhecer-nos bem para saber discernir qual é o nosso caminho e o papel que nos cabe nesse percurso.
E se tal como eu escolheste AMAR A DEUS... irmão/irmã, prepara-te para respeitar todas as formas que se expressam no universo do qual fazemos parte. Não serás obrigado a viver ao seu lado se a tua escolha for contrária; terás apenas de sem medos, aceitar e respeitar a sua existência como necessária, para que outros tal como tu e eu, possam vir a ter opções de escolha para discernir aquela que apela directamente ao seu coração.
Deus não ama mais aquele que se recusa às más acções do que ama o que não se domina em relação a cometê-las. Sendo amor puro, Deus jamais fará julgamento. Mas, não hesitará a colocar-nos defronte de opções, assim como perante aqueles que reagirão às nossas acções, independente de sua natureza, e que melhor nos poderão reflectir de volta o que estamos a reflectir para o mundo. A única forma de dissolver a sombra existente no que nos rodeia é aceitarmos que ela existe em nós e não nos deixarmos dominar pelo medo que ela nos causa. Admitindo que detemos as duas faces, e como tal, susceptíveis de sucumbir às suas influências. Mas, jamais acreditemos que por este facto, estaremos absolvidos da responsabilidade.
Se a sombra vier ao teu encontro e a ela te unes, a escolha e a responsabilidade será unicamente tua. A sombra não é culpada por ir ao teu encontro, se ela foi a teu encontro, é porque em ti viu algo com o qual se identificou. E assim, dar-te-á a possibilidade de a experimentares na acção e no sentir. Ela mostrar-te-á a tua outra face. Aquela que optas por esconder dos outros e de ti mesmo. De nada te adiantará apenas combater a acção da sombra sobre ti, é preciso que lhe demonstres de que ela não mais te intimida, ou se alguma vez o fez, deixou de o fazer. Ela apenas persistirá junto de ti se acaso pressentir que pode ter lugar em ti pelo teu acolhimento, caso contrário ao ser repelida ou repreendida ela afastar-se-á, permitindo que sigas o teu caminho.
À sombra muitas culpas são-lhe imputadas, quando somos nós os verdadeiros culpados.
Porque somos nós quem tem a opção de escolhermos fazer-nos acompanhar da persistência tenaz contra tudo aquilo que não escolhemos ser.
Tal como todos nós, a sombra detém a seu cargo uma tarefa que suscita suas acções. E cumpre-a eficazmente. Agora e nós?
Estaremos nós a cumprir a tarefa que cabe a cada um de nós? Ou, apenas optamos por fazer julgamento seguindo a via mais fácil? A de imputar culpas aos outros da responsabilidade que unicamente nos cabe...
É necessário desmistificar, largar da mão conceitos e crenças que não nos servem mais e que apenas abrandam o nosso caminhar, isto quando não o travam por completo.
Os mitos servem ao nosso progresso, neles abrigando grande sabedoria. Aliem-se da sabedoria dos antigos. Daqueles que muitas vezes foram impedidos de falar, porque as suas palavras eram ameaçadoras para os muitos que os acusavam de blasfemar.
Lembrem-se de que quem acusa, muito têm para ser acusado, tendo como único intuito impedir-nos de progredir para manter o controle que a ilusão permite-lhes deter.
Mas, não nos limitemos a questionar ficando a aguardar as respostas, mas prossigamos na direcção da sua obtenção percebendo de que não basta encontrar as respostas às nossas questões, mas que precisaremos além de tudo o mais, perceber o seu significado. Pois é nesse significado que reside a sabedoria. Há séculos que perduramos neste impasse sem conseguirmos ver a diferença que existe entre deter a resposta e deter a sua compreensão.
Vejam, quem obtém a resposta poderá deturpá-la e sentir-se tentado a exibi-la colocando-se num pedestal e assumindo-se como dono da verdade, e com certeza sentir-se-á ainda tentado a vende-la. Enquanto que, quem perceber o seu significado apenas a partilhará sem exibições ou qualquer tipo de ostentação, àqueles que tal como ele, buscam somente pela verdade e acima de tudo, por libertar-se de todas as amarras ficando livres para prosseguir.
Compreendam que as escolhas que fazem a cada instante devem estar acima das influências com que se confrontam, e que uma das tarefas da sombra é certificar-se se aquele a quem tenta influenciar está realmente livre de sua influência, sendo detentor de um coração limpo de todas as impurezas.
Só avança aquele, que realmente estiver livre para avançar.
As portas do céu não são uma entrada de livre acesso a quem as quiser atravessar. É necessário ser detentor de um salvo-conduto. E se por acaso tiverem em conta as possíveis personalidades que possam ter expressado em vidas passadas, se nesta vida não se fizerem acompanhar de todos os atributos que necessitam deter, façam por despojar-se da crença de que o papel de santo, mártir ou do rei benevolente detido no passado os irá beneficiar nesta vida presente possibilitando-lhes imediatamente um salvo-conduto.
A ilusão instiga-os a percorrer caminhos distintos, fazendo com que cada vida implique num novo caminhar. Um novo percurso. Um novo começo. E o que fará com que esse salvo-conduto seja obtido, é somente contendo no coração toda a pureza que ele tiver capacidade para albergar nesta actual existência. Quanto maior for essa capacidade, maiores serão as possibilidades de dissolverem o véu da ilusão. E maior se tornará a abrangência dos seus passos na terra em direcção ao reino celestial.
English version:
I have been having experiences that have led me to ponder about the influence of the darkness on us. And I have been confronted with the real reason why we are surrounded by beliefs related to the beings of that place until the present days, feeling some doubt as to whether we should take them into account or if we simply should discard of them from once. And I assure you that there is much to ponder and reflect on this matter.
Until today we have lived subjugated to the laws of duality, and is now explicit that this duality is a illusion that more have tied up us and prevented from accessing the knowledge of who we are...
I will use an allegory that I already have used for several times for better understanding:
A coin to be complete must have recorded both sides, none of the faces can be removed, otherwise the coin no longer will serve its purpose and will lose its value. And if this happens, nor even will have half of the value that would have if complete. Simply will not have any valid use.
In duality, light and darkness are two distinct sides of the same coin, therefore, how can we discard of the shadow and keep us to believe that we will still have full access to the truth of who we are...?
I know that this observation raises a lot of consternation and even controversial, but... we should think very carefully about it with real consciousness.
I do not mean that we should serve to darkness! Please do not make misinterpretation of my words, I solely say to accept it as part of a higher purpose.
Remember the phrase: "Bad things in general are blessings in disguise for our good!" Let us remember that the elders had access to great wisdom, and having this in consideration, let’s try to make some reflection into it’s meaning with all the deepness of that we be capable.
I learned from my life experiences that one bad situation in our life always serves the purpose of revealing something good, even that many of us do not hold the valuable ability to identify those goods that can be revealed almost occult behind a bad situation, much less to understand it, since we can never achieve an understanding of what we are unable to distinguish.
Without darkness how could we behold the light?
Without the existence of wrong actions how would we know to identify the good actions? If all is One and we must return to this unity, will not be that darkness and light are included on this unit of the One?
I have refusing myself to receive communications from beings of the dark, but I respect them as beings with the right to express their existence, because I understand that their actions do not concern me, and as such, are from their unique and exclusive responsibility. When the darkness last year tried to dominate me and control my actions, I denied to them this control, assuming to have chosen the only path able to take me to God. And this is the path of Love. But, for some time I had been tormented for that presence that sucked my vital strength. With which I tried to fight in the most wrong possible way, that is, with judgment and repugnance.
Now, I question: Since when Love makes judgment?
Since when Love feels repugnance?
Love will not be for understand and accept the coexistence of the opposites?
As well as: Love does not mean that you will adopt attitudes with which you do not feel consistent, but solely that you will be able to accept that the other take the path that have chosen to move on, knowing that at some point the truth of the path will be revealed. By loving does not mean that you have to follow blindly. Only that by loving, you are able to respect and accept what they have decided to be at each moment.
I came to a conclusion, and I feel some kind of repulse for what I'm going to give testimony, but when you live a lifetime, and so many others lives we have lived girded to certain beliefs, it is necessary to have a big opening to accept something like this, and regarding to this, a long way is still expecting me...
Darkness serves as much or more to God, as light!
It was by the motivation of the actions of the darkness in their lives that many who now describe as light workers, ended up choosing to turn to God and accepting their path in the Light and Love. So was with me, and so have been and will be with many of you who read these lines. It does not matter that if you disapprove this hypothesis and even say to yourself that would never allow yourself to serve darkness. Because, believes in what you want to believe, or accept what you decide to accept, the truth is that the darkness serves a great good. And when by showing us his face gave us one of the greatest services we can ever imagine. It serves the Light, by allowing that many of those who have walked with it, or were exposed to it, although they can not hold this knowledge from a conscious mode, they ended opting to move to a different path, the one of the Light .
We do not have to be followers of the darkness or choose actions that may cause the misery of our brothers and other beings, if that option is not reconcile with our intrinsic nature.
But for sure, we will have to know who we are. To know us well to be able to discern which is our path and the role that fits to us on that route.
And if such like me you have choose to love God... brother / sister, get ready to respect all forms of life that are express in the universe to which we belong. You will not be obliged to live by their side if your choose be contrary, you have only to accept and respect their existence as necessary, to that others like you and I may have options of choice for discerning that which appeals directly to their heart.
God does not love more the one that refuses the bad actions, than He loves the one that does not stops to commit them. Being as pure Love, God never makes judgment. But, He will not hesitate to put us in front of options, as well as put us in front of those that will have reactions to our actions, not mattering what is their core nature, they will be those that better can reflect back to us what are we reflecting to the world. The only way of dissolving the darkness from what surrounding us is to accept that darkness lives in us, not allowing to be lead by the fear that it can cause us. By perceiving that we are also a coin of two sides, and that probably we will succumb to the influences of the darkness. But, never to believe that for that reason, we are released of responsibility.
If darkness comes to meet you and you join to it, the choice and responsibility can only be yours. The shadow is not guilty of coming to you, if it does, it is because it saw in you something with which it identifies. And in this way, will give you the chance to experience it in action and feel. She will show to you your other side. The side that you have chosen to hide from others and from yourself. Is useless fight against the action of the darkness over you, you must demonstrate to it that no longer intimidates you, or if it ever did, now it no longer does so. It just will persist near you if senses that in you there is still a place to host it, otherwise being repelled or reprimanded it will move away, allowing you to follow your path.
To darkness much guilt is imputed, when in fact we are the ones to blame. For we are the ones who have the option to choose be dragged, or to be accompanied of tenacious persistence against everything that we do not choose to be.
As all of us, the darkness has to its responsibility a task behind of its actions. And it meets it effectively. Now, what about us?
Are we fulfilling the task that it is up to each of us? Or, are we just opting to make judgments by following the easy way? The one to ascribe blame to others of the responsibility which rests solely to us...
It is necessary to demystify, throwing off out concepts and beliefs that no longer serve us and that just are slowing down our journey, when not stopping us for complete.
The myths serve to our progress, in them have been placed great wisdom. Become an ally of the wisdom of the ancients. Of those who were often prevented to speak because his words were threatening for the many that have blame them of blasphemy. Remember that anyone who complains, have much to be charged of, having for certain, the unique intention to prevent us from progressing and to maintain the control that the illusion allows them to detain.
But, we should not limit ourselves to put the questions awaiting for the answers, but let us move towards this obtaining, realizing that receive the answer will not be enough to obtain the answers to our questions, but we need above all else, understand its meaning. For it is on that understanding that lies the wisdom. We are persisting in this standstill for centuries without being able to see the difference between having the answer and having the understanding.
You see, who gets the answer may misrepresent it and feel tempted to show it by placing them self on a pedestal by assuming as the owners of the truth, and surely will still be tempted to sell it. While, those who understand its meaning will only share their views without any fanfare or any kind of ostentation, to those who like them, seek only for the truth and above all, to escape from all the bonds becoming free to move on.
Understand that the choices that you made at each moment must be above of any of the influences that may confronts you, and that one of the tasks of the darkness is to make sure that the one which it tries to persuade is really free from its influence, being owner of a heart clean from all impurities.
Only moves forward the one that really is free to proceed.
The gates of heaven are not an entry of free access to anyone who wants to cross it. It is necessary to have a safe-conduct. And if by chance you take into account the personalities that you may have expressed in past lives, if in this life you do not make for possess all the attributes you need to detain, will need to erase from yourself the belief that the role of the saint, of the martyr or of the benevolent king that you may has been in the past will benefit you in this present life, immediately providing to you a safe-conduct.
The illusion will drag you, taking you for different paths, and making with that you comes into each new life engaged with a new journey. A new route. A new beginning. And what will make with that this save-conduct be obtained, will be to solely containing in the heart all the purity that your heart is able to accommodate in this present existence. The greater this ability become, the greater the possibility of dissolving the veil of illusion. And the greater will become the scope of your footsteps on the ground towards to the heavenly kingdom.
